Falta.

Me desculpa a ausência... o sumiço... Só queria te falar que eu ainda estou aqui pra te apoiar, pra te ouvir, pra seja lá o que for. Sinto muito a tua falta, como se estivesse faltando uma parte de mim e, de fato, está.
Me dói não saber como vai uma das pessoas mais importantes da minha vida,
Alguém que eu sabia o que se passava na mente só de ver levantando a sobrancelha direita.
Eu queria estar contigo agora.
Queria te abraçar e falar o quanto você significa pra mim e o quanto me tornou alguém melhor... Ainda que sem querer
Sou muito grato por te ter em minha vida.
Eu amo músicas antigas, amo boas companhias,
Mas nada se iguala
Ao quanto amo você.
Me prometa que vamos ser sempre amigos, irmãos, namorados...
Que seremos sempre apaixonados um pelo caráter do outro.

Sinto sua falta.

Sinto sua falta.
Sinto sua falta.

Angústia em prosa

Acordo já imaginando estar atrasado, nem olho o relógio para confirmar o fato. Levanto da cama e, ainda domindo, tomo um banho gelado para esquecer dos pesadelos. São nove-da-manhã e eu já devia estar em qualquer outro lugar que não fosse meu desorganizado apartamento. Enfrento o meu reflexo no espelho e ele é quem me diz que não estou de bom humor. Forço um sorriso, fingimos ter alguma intimidade, mas a verdade é que aquele ser, talvez em outra realidade paralela, é bem diferente de mim.
Visto uma roupa qualquer, a que estiver menos amarrotada de preferência; procuro minhas chaves e, céus, aonde larguei tudo o que queria?
O dia me recepciona com um escaldante sol... Esses típicos de climas tropicais-desérticos ou qualquer outra coisa que estudamos no ensino médio; Daí no meio do trajeto percebo que esqueci alguma coisa, mas não sei exatamente o que é e resolvo não voltar. Então eu me lembro de quanta coisa eu tenho deixado pra trás na minha vida.
Meus pensamentos reclamam do calor, do peso da mochila, da metodologia reduntante de ergonomia enquanto minha expressão permanece indiferente, talvez pra parecer forte, simpático, não sei ao certo...
Com a ajuda dos fones de ouvido, troco os som das buzinas dos carros e do estresse dos apitos dos guardas de trânsito por músicas que eu já cansei de ouvir. Entro no ônibus e crio trilhas sonoras para cada situação que vejo nas eternas paradas nos sinais vermelhos. Várias pessoas entram no veículo ao mesmo tempo e dois corpos acabam ocupando praticamente o mesmo espaço, coloco uma música mais agressiva e logo percebo a batalha que é manter-se em pé.

-Quer que eu segure sua mochila?

A moça sentada viu minha situação. Eu já não sabia se fizera aquilo por pena ou por educação, só sei que queria me livrar daqueles três-ou-quatro-quilos das costas. Só sei que queria me livrar de muitos outros pesos que não estavam na mochila.
Chego na faculdade... nem acredito. Encontro com alguns amigos, rimos, me sinto melhor. Como se eles fossem a recompensa da luta que travei para chegar ali. Combinamos mil aventuras, mas logo levamos um banho de água fria, responsabilidade e trabalhos. Então eu volto à realidade e só desejo que tudo isso passe de uma vez. Um pressentimento ruim agonia meus pensamentos, não sei o que é ao certo, deve ser esse tal de "sexto sentido"

-O filme? Ah, antigão, já vi.
-Não, Não, tô falando de outra coisa

Estava me referindo, na realidade, ao medo de perder o que me faz bem durante a maior parte do dia. Tudo está dando tão certo que chega a ser estranho... Mas por que necessariamente tudo precisa dar errado?
Já não se sabia mais o que era pensamento e o que era conversa. Sempre fomos assim, de falar o que pensamos um pro outro... Talvez foi isso que nos uniu. Talvez isso que nos separe um dia...
Prefiro mudar de assunto, vamos falar de coisa boa; Há tempos não ouço uma boa notícia...

-...

E tudo o que eu ouvira foram as conversas dos outros. Então eu percebi que não era o único ser no mundo a ouvir fofocas ou coisas desestimulantes.
Decidimos almoçar fora; dispensamos os fones de ouvido e quem passava ao lado do nosso carro ouvia vozes desafinadas, uma mais alta que a outra...
Gosto de sair com meu amigos por isso: Esquecemos da vergonha, da lucidez, do mundo lá fora; Criamos o nosso e nele fazemos qualquer coisa ser boa.
A essa altura já estávamos na praça de alimentação do shopping decidindo se comeríamos subway, qualquer outra coisa barata, ou se gastaríamos o dinheiro que não temos em alguma iguaria mais cara.
Eu podia ser mais saudável, sabe... Comer mais salada, menos doce, cortar o refrigerante... Isso prolongaria o meu tempo? Me daria mais tempo de vida? Poderia eu usar esses créditos para, sei lá, umas férias-fora-de-época?
Depois de muitas brincadeiras e me fazer esquecer o mau humor, meu amigos percebem que está tarde e decidimos voltar para casa e eu me surpreendo com o fato de não considerar cada segundo com eles e com nossos papos fúteis uma perda de tempo.
Mais trânsito, engarrafamento e o sol parecia não desistir de aquecer o final da tarde, como se usasse de toda a sua força para que a noite não caísse e revelasse a fria beleza da lua.
Chego em casa, mochila pesada, pergunto da minha irmã como foi o dia. Conversamos sobre a vida, sobre o aquecimento global, sobre a novela-das-nove ao mesmo tempo em que cada um faz seus trabalhos.
O sono insiste em fechar minhas palpebras até que eu desisto e resolvo ir dormir, o que não é o meu normal, porque eu me considero alguém que não desiste do que quer. Penso em escrever, desenhar, em dominar o mundo, mas não me sinto bom o suficiente para fazer nada disso. Fecho os olhos na esperança de acordar cedo e de que todos meus sonhos se realizem...

Então acordo já imaginando estar atrasado... ...