Carta aberta para o amor da minha vida

Querido anônimo,
Fiz expedições pra tua descoberta,
O teu mistério me instigava a revelar quem eras
Minha missão fora desvendar
Sua identidade tão tão secreta
Ouvia-se falar dos teus feitos a todo momento
Tal como os ventos moviam as caravelas
Ou a idade é perseguida pelo tempo.

Por vezes te encontrei em promessas
Sempre fora invisível aos olhos,
Mas presente em todos os outros sentidos
Coisa da minha cabeça, eu digo:
Como posso ter certeza de alguém
Quem nem sei se é de verdade? Insisto.
Sou cético de mais pra acreditar em destino.

Depois de várias idas-e-vindas
Entendi o motivo de ficares no anonimato.
Tens prazer em ser procurado.
Não gostas de ser descentralizado,
Queres atenção que te dão sem nem precisar dar nada em troca
Se ao menos pudesses dar o meu tempo de volta,
(Porque às vezes sinto como se o tivesse perdido.)
Talvez agora eu não estivesse cansado,
Desacreditado
Dos teus feitos tão superiores na vida
Daqueles que dizem o ter encontrado.

Acho que por isso és um anônimo
Só tens sentido na mente de quem te procura.
Queres dos românticos, o coração;
Dos curiosos, a fértil imaginação;
E de quem te busca, a loucura.

Portanto, ser-que-não-sei-quem-é
Eis o meu termo de desistência
Não faço mais questão de te achar,
Duvido até da sua existência.
Quem sabe se eu não quiser te encontrar
(Agora que sei que não és de verdade.)
Tu te inquietas, por pararem de procurar
E revelas tua identidade.

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