Dois mil e doze

Olha. Acabei de chegar da festa. Devo estar um pouco alterado, mas tudo bem.
O meu relato de fim de ano começa com minha avó insistindo para ir a igreja e eu aceitando o convite, afinal, é sempre bom agradecer por mais um ano de vida e pedir bençãos para o ano que está por vir.
Me arrumo e chegamos uns quinze minutos atrasados, mas a tempo de pegarmos mais da metade da missa.
Tudo parece acabar cedo e, depois de abençoados, troco de roupa e sigo até a casa do meu tio para jantar.
Falando em jantar, nossa, quanta comida. Variações de bacalhau até strogonoff (ou sabe lá Deus como se escreve isso) recheavam o caprichado cardápio montado com a colaboração de cada um. Apesar da mesa farta, comi pouco. Não estava com fome até entao. Reencontrei alguns amigos que não via há meses-que-pareciam-anos e, depois de muita conversa, logo serviram sobremesas tão deliciosas quanto os pratos principais.
O clima estava ótimo, tinha gente distribuindo sorriso para todos os lados. Me senti na casa do meu tio essa noite como nunca mais me sentira em Manaus. Não pela grande quantidade de comida (devo confessar que esse fator colaborou muito) mas sim pela grande quantidade de alegria. Das crianças aos idosos só se ouvia falar em "-Feliz ano novo. Tudo de bom para você!" e foi nesse ritmo que seguimos até ouvirmos um alvoroço na rua da frente.

"-JÁAAAAAA"

Sim. Era a minha mãe. Espontânea, engraçada e feliz, como sempre. A real intenção era anunciar que dois mil e onze estava ficando para trás, mas ao olhar para o relógio percebi que dez minutos nos distanciavam do ano do fim do mundo. De repente, uma sede me fez correr até o bebedouro do outro lado da casa, como se estivesse em uma missão impossível. Não queria passar os ultimos minutos do ano bebendo água.
Voltei ao encontro da minha mãe e ainda faltavam sete minutos.


"-Ploft!"

Esse era o som do vinho que fora aberto antes do tempo. "Isso não traz má sorte?" Pensei, tentando lembrar dessas famosas superstições que envolvem natal, ano novo e derivados.
Logo todos levantaram. Os barcos ancorados na orla da ilha de Parintins agora estavam buzinando e de longe era possível ouvir uma multidão gritando, mas ninguém entendia em que parte da contagem estavam até que um jorrão de luz ilumina o céu.


"- FELIZ ANO NOVO!"

Todos gritaram ao mesmo tempo enquanto se abraçavam e tiravam fotos. Mensagens de texto chegaram em peso no meu celular, enquanto eu tentava mandar outras para amigos distantes. Os fogos de artifício lançados por uma única balsa no meio do Rio Amazonas não devem ter durado quinze minutos, mas fora o suficiente para anunciar a chegada do ano novo e para entusiasmar todos os presentes.
Depois de cumprimentar familiares e amigos, combino com outros amigos para dar uma volta e parar no "Rancho Taperebá", basicamente um dos poucos lugares que estavam promovendo uma boa farra.
Sabe qual é a melhor parte de morar em uma cidade tão pequena quanto Parintins? Encontrei todo mundo na festa. Sem muita dificuldade, achamos um local para nos "instalarmos" e por lá se passaram as outras cinco-seis-ou-sei-lá-quantas horas de diversão, alegria e felicidade.
Consigo lembrar da boa energia que dominava o local até agora e eu realmente espero que essa vibe continue até o início de todos os outros anos que virão.
Um feliz dois mil e doze para todos!

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