Eu passei no vestibular.

-O resultado sai amanhã, duas horas!

Foi essa a frase que me fez dormir mal e acordar com uma ansiedade infinita. Depois de três longos anos de espera e queima de neurônios, a lista de aprovados do Processo Seletivo Contínuo finalmente estara há poucas horas de ser divulgada.
As batidas do meu coração aumentavam juntamente com o meu nervosismo enquanto a velocidade da minha internet teimava em se igualar aos salários: mínimos. "E se eu não passar?", "Minha pontuação não foi muito boa", um agonizante pessimismo tomava posse de minha mente agora, o microblog mais usado do mundo me permitia ver que não era o único a estar no completo caos.
Rezava para que o resultado saísse antes que tivesse um infarto e para que o meu nome estivesse dentre os listados no curso de Design.
Uma contagem regressiva imaginária foi feita e às exatas duas horas reabri a página inicial da COMVEST, porém o que eu procurara só fora divulgado às duas e quartorze.
Pensei em roer as unhas enquanto a janela que mudaria a minha vida carregava, mas não sobrara nenhuma, todas já haviam sido trituradas por dentes, agonia e ansiedade.

-Passei!

Espalhei a boa notícia pela casa toda, falava alto, queria que os vizinhos ouvissem. A vontade era de divulgar que "Tiago Kimura Bentes passou no vestibular" para o mundo todo. E aos que acham que a felicidade é invisível, eu a vi. Eu a vi estampada no meu rosto, na voz trêmula de familiares que ligavam para me dar os parabéns e mesclada com orgulho nos olhos dos meus pais, ora convertida em lágrimas, ora em sorrisos.
Logo combino com os amigos de fazer um passeio e às seis e pouco já estávamos reunidos e subindo num trenzinho que tocava músicas infantis.

-Moço, o senhor pode colocar a faixa 10 desse CD?

O simpático colombiano finalmente entendera o que falamos depois de muita insistência. Todos a postos, o condutor dá um "play" na música e no nosso passeio também.

"- Alô, papai, alô, mamãe, bota a vitrola pra tocar. Podem soltar foguetes porque eu passei no vestibular"

A marchinha ficou na cabeça, não fora preciso muitas repetições e logo todos estavam cantando o mais alto que podiam. O veículo era lento e as pessoas por quem passávamos acenavam ou simplesmente riam de nossa loucura. A alegria era tanta que ninguém se importava com a voz que ficara rouca ou com o que os outros iam pensar dos mais novos calouros da Universidade Federal do Amazonas.
Ao fim da farra, convido outros amigos para lanchar e eu fiz questão de falar pro garçon:

-Eu passei no vestibular.

2 comentários:

Joao Lucas,Dutra disse...

Teleezo é, foi onda o passei no carrinho. Nosso escandaló foi ouvido em toda city. ;*

Tai :D disse...

GEEEEEEEEEEEEEENTE, que lindo! x333
Queria eu ter feito toda essa farra!
Parabéns, Ti, espero que venham muitas e muitas vitórias, te amo! <3

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