A Seresta

Como posso iniciar meu depoimento sobre como foi a seresta...?
Estávamos todos empolgados para ir. Haviam sete pessoas num carro que só cabiam cinco, e na conversa, nem senti a perna adormecer com o peso da pessoa que estava no meu colo. Deixamos o carro no estacionamento improvisado da colega-de-trabalho-da-minha-mãe, compramos uma mesa e alguns ingressos.
Noventa e Seis era o número da mesa de plástico branca para quatro pessoas, pegamos (lê-se roubamos) mais cadeiras e quem adentrava na seresta tomava um susto ao ver uma mesa com tanta gente ao redor. Pedimos quatro cocas-em-lata e nos embebedamos de piadas, brincadeiras e bolero.

"-Vamos dançar?"

Ousei convidar meu amigos para arriscar algo que imaginava fazer só depois dos meus quarenta anos.
Sem muita insistência, eles toparam, e lá fomos nós para o meio do salão.
Dancei o que eu sabia e o que acabara de inventar,
tinha gente que fazia passos de tango-misturado-com-valsa, e outros que mandavam muito bem no inrrolation, e eu lá, dançando com minha amiga um dois-pra-lá-dois-pra-cá que, de tão repetitivo, dava tonturas...
Depois de umas três ou quatro músicas, voltamos para a mesa, conversamos, rimos, tomamos mais coca.
As letras das músicas eram as melhores. Frases como : "Eu não presto, mas eu te amo", "Eu não sou cachorro não" embalavam os mais de não sei quantos idosos/velhos-garotões que estavam empolgadíssimos fazendo uma performace que mas parecia ter sido ensaiada semanas antes.
Até que me convidam para dançar. Uma senhora, amiga da miha mãe...
Conduzo-a até a pista de dança e, em meio a pisões, e desajeitados erros, recebo elogios da senhora simpática que eu não sei o nome.
Ela desiste de me ensinar a dançar corretamente e eu volto para a mesa, aturando piadinhas e risos...
Ficamos nesse dança-não-dança até umas quatro horas da manhã, quando o sono foi mais forte que a agradável sensação de estar em volta de gente legal e divertida. Decidimos ir embora.
Minha mãe pega o carro no estacionamento, dá um forte abraço na sua colega de trabalho e vai embora.

-Foi legal a festa, né?
-É... Alguém pagou o estacionamento?

E fomos o camino inteiro rindo do calote dado sem querer pela minha mãe...

Um comentário:

Thainá Valente disse...

Olhaaaaaa que feio tia nilda!!!!

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