Vestibular UEA - Parte Um

O dia começa mais cedo que o normal, parece até que as horas resolveram passar mais rápido só pra mim ter aquela sensação de não ter dormido direito.
Acordo. Vou trabalhar.
Era dia de Vestibular e a gráfica já estava agitada, íamos fechar às onze porque todos os funcionários deveriam estar meio dia no local da prova. Atendo uns clientes aqui, outros ali e imprimo meu cartão de confirmação. Saio da gráfica às onze e meia, já às pressas, para almoçar e ir fazer a minha prova, desta vez a Escola não era tão longe.
Saio meio dia e quinze de casa e, a um quateirão do meu destino, lembrei de ter esquecido minha caneta.
Voltei.
Peguei a caneta e lembrei da identidade e do cartao de confirmação também.
O telefone toca, era minha amiga querendo que eu imprimisse o cartão de confirmação dela.
Depois de alguns segundos de insistência, imprimo e seguimos juntos para onde já deveríamos estar ha meia hora.
Entro na minha sala, vejo alguns rostos conhecidos e dirijo-me até a carteira vinte e um.
Por falar em carteira, que deveria ser chamada de "mesinha", que diabos de carteira era aquela? Descobri que a escola onde acontecera o vestibular lecionava apenas para o ensino fundamental. O que isso significa? Desconforto para garotos com mais de um metro e setenta como eu, que tinham que fazer um verdadeiro show-de-contorcionismo para sentar ou simplesmente permanecer sentado.
Sigo o meu tradicional ritual de vestibulares e, então, abro a prova acreditando que qualquer resposta que eu marcasse seria a correta. O tempo passa devagar, o vento jogado por cinco ventiladores distribuídos pela sala cheia de cartazes do "bêabá" disfarçava o calor típico da cidade, e o desconforto que me obrigava a ficar mudando de posição toda hora contribuíram para que minha atenção fosse desviada para as pessoas que passavam do lado de fora.
Acabo a prova e vou direto para casa, já eram quase cinco horas e o combinado era d'eu voltar às quatro para a gráfica.
Pensar nunca tinha me dado tanta fome, encomendo algumas besteiras para comer na gráfica mesmo e o resto do dia foi um nervosismo só.
Até que o gabarito foi divulgado.
Peço licença dos clientes, pego o rascunho da minha prova e confiro o resultado lentamente para não cometer erros.

- Um-Á; Dois-Bê...
-Já é o gabarito da prova? -interrompe uma cliente
-Sim... Também fez?
-Fiz... Posso conferir a minha com você?

Não pude negar, estava sentindo a mesma ansiedade que ela ha minutos atrás.
Conforme vamos conferindo nosso desempenho, um pequeno sorriso brota da minha boca.

-Quarenta e duas questões...! Acertei quarenta e duas!

Era cinquenta por cento das questões, nada mal pra quem não tinha se preparado. A cliente simpática, que eu esqueci de perguntar o nome, deu-me os parabéns e foi embora sem falar sua pontuação.
Os outros funcionários conferiram suas provas e eu fui o que obteve a maior pontuação.
Fiquei realmente feliz por não ter ido mal na primeira etapa, resolvi dar a notícia aos meus pais.

-Acertei quarenta e duas...
-Isso aí meu filho! Vamos sair para incher a ca... Para lanchar meu filho! Vamos sair pra lanchar!

Mas ainda havia outra etapa...

Um comentário:

Tai :D disse...
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